Mortos em explosão no ABC seriam dono de loja de fogos e sua mãe, diz bombeiro

As duas pessoas mortas na explosão na loja de fogos de artifício em Santo André, no ABC, seriam o dono do estabelecimento comercial e sua mãe, segundo informaram os Bombeiros. O local explodiu no início da tarde desta quinta-feira (24). As causas ainda são desconhecidas e estão sendo investigadas.

Em coletiva realizada na região da explosão, prefeitura e Corpo de Bombeiros revisaram o número de mortos e feridos já confirmados. Inicialmente, tanto a assessoria da prefeitura quanto o tenente Palumbo informaram 11 mortos.

Pouco antes das 15h, o prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB) e o coronel Luiz Humberto Navarro, comandante do Corpo de Bombeiros, disseram que há dois mortos, três procurados e três feridos. Os bombeiros usam cães farejadores para ajudar nas buscas nos escombros. Uma retroescavadeira também é utilizada nos trabalhos. Segundo a assessoria de imprensa da corporação, há cerca de 170 bombeiros trabalhando no local.

Ainda, de acordo com o prefeito, quatro casas vizinhas à loja foram "completamente destruídas na explosão. Outras dez foram parcialmente atingidas.

A Polícia Civil e os bombeiros suspeitam que o proprietário usava irregularmente a loja de fogos de artifício também como fábrica dos explosivos. A polícia informou que o local tinha alvará de funcionamento apenas para vender fogos e não para fabricá-los.

Entretanto, a Secretaria de Habitação de Santo André disse esta tarde que a loja funcionava sem o alvará. Segundo o órgão público, o documento foi pedido pelos proprietários, mas acabou indeferido pela prefeitura no meio deste mês. A loja ficava em uma área residencial.

Reclamações de vizinhos


A presença do estabelecimento era alvo constante de reclamações de vizinhos, de acordo com a empresária Marilene Niedhart.

A empresária conta que há quatro meses tinha reformado o imóvel onde mantém seu negócio. Ela faz uma estimativa de que a distância entre seu imóvel e o epicentro da explosão seja de 200 metros.

“Era, aparentemente, uma loja pequena”, conta a vizinha. Segundo ela, no local um homem e sua mãe vendiam fogos de artifício.

“Todos sabiam que no fundo, na casa deles, eles armazenavam toneladas de fogos”, conta a moradora. Inconformada com a destruição, ela diz que muitos vizinhos foram prejudicados. “Destruiu porta de vidro, alarme, pabx, computador, está tudo destruído”, disse a empresária.

Segundo ela, foram feitas várias reclamações formais de vizinhos contra a instalação do comércio. “Muitas pessoas fizeram denúncias e nada foi feito”, diz. “A vizinhança esperava qualquer hora que isso pudesse acontecer”, lamenta a mulher.

Lonas de emergência

As equipes de resgate montaram estruturas de apoio em ruas vizinhas. No chão, foram extendidas lonas com diferentes cores para fazer a triagem das vítimas. Em lonas de cor preta serão colocados os mortos, nas de cor vermelho, as vítimas graves, nas amarelas, as pessoas com ferimentos moderados e, nas verdes, as pessoas com ferimentos leves.

Os bombeiros foram acionados às 12h39 para atender a ocorrência, na Rua Américo Guazelli. As equipes de resgate informaram que, além do depósito, carros foram destruídos e imóveis vizinhos foram afetados. Quatro quarteirões tiveram de ser interditados.

O quarteirão inteiro onde houve a explosão foi isolado, assim como as ruas do entorno. Carros ficaram destruídos, alguns a 200 metros do epicentro da explosão mudaram de local devido ao impacto.

O trabalho dos bombeiros consiste em procurar possíveis novas vítimas e acabar com o incêndio. Segundo os bombeiros há muita fumaça no local, que fica próximo ao Estádio Bruno José Daniel.

A Prefeitura de Santo André informou que equipes da Defesa Civil da cidade seguiam para o local às 13h15. Nesse horário, pelo menos quatro vítimas da explosão tinham chegado ao Centro Hospitalar de Santo André. As vítimas levadas para o local apresentavam ferimentos leves.