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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Especialistas avaliam 'merchandising social' em 'Caminho das Índias

Postado por Equipe Foka às 07:16
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De “Barriga de aluguel” (1990) a “O clone” (2002), a autora Glória Perez sempre inseriu em suas novelas o chamado “merchandising social” – mistura de ficção e realidade envolvendo assuntos de interesse público. Em “Caminho das Índias” não foi diferente.

A trama, que terá seu último capítulo exibido nessa sexta-feira (11), abordou o tema da esquizofrenia por meio de cenas fortes com o personagem Tarso (Bruno Gagliasso). O drama do paciente, a negligência familiar e as formas de tratamento dessa doença psiquiátrica foram retratados ao longo dos capítulos.

A falta de limites dos jovens de classe média-alta, que praticam delitos que muitas vezes acabam em crimes, foi mostrado através do pitboy Zeca (Duda Nagle) e seus pais complacentes, Ilana (Ana Beatriz Nogueira) e César (Antônio Calloni).

Zeca também fez parte de outra questão que tem preocupado a sociedade: a falta de respeito com os professores em sala de aula. Berê, personagem de Silvia Buarque, foi vítima de agressão de seus alunos e chegou a ser difamada na internet – prática que tem se tornado comum nos dias de hoje.

O G1 conversou com especialistas em cada um dos temas desenvolvidos na novela. Confira cenas com os personagens e as opiniões de cada um dos profissionais nas respectivas áreas.

O DRAMA DA ESQUIZOFRENIA

“A novela tratou do tema de uma maneira muito feliz. Campanhas como essas são totalmente necessárias para alertar a população. Hoje sinto que as pessoas chegam ao consultório mais informadas sobre o assunto, inclusive aqueles que se negavam a aceitar que um familiar pudesses estar sofrendo da doença. Glória Perez foi excepcional, assim como o Bruno Gagliasso. Deve ser muito difícil para um ator encarar um personagem como o Tarso. É como comunicar o incomunicável” - Júlia Catunda, psiquiatra e coordenadora do projeto “Dasdoida”

“Achei caricato a forma como o problema foi apresentado. As cenas foram muito fortes e pacientes chegavam assustados ao consultório. O pior foi ter visto uma mãe dizer para um filho em tratamento: ‘você quer ficar como o Tarso?’. A novela não contribuiu para diminuir o estigma de que o esquizofrênico é um louco, quando na verdade o paciente pode levar uma vida normal, se tratado corretamente. Um esquizofrênico que chega ao estado do Tarso, na maioria das vezes, é porque faz uso de drogas ou não usa os medicamentos de forma correta” - Belquiz Avrichir, psiquiatra e coordenadora do Projeto Esquizofrenia do Hospital das Clínicas (Projesq)

A FALTA DE LIMITES NA EDUCAÇÃO DOS JOVENS

“É mais fácil educar o jovem rebelde do que pais coniventes, como foi mostrado no caso do Zeca. É preciso estabelecer limites e colocar o jovem em contato com a sua realidade, e não acobertar seus erros. A relação entre pais e filhos é cheia de amor, mas não deve haver espaço para a permissividade. As reflexões que devemos fazer depois dessa novela é ‘quem são os Zecas dos dias de hoje?’, ‘como estamos educando nossos filhos?’ e ‘que papel a escola tem para mudar a mentalidade de um jovem que pensa que pode tudo, porque a sociedade permite?” - Miriam Paúra, pedagoga, membro da Associação Sul Fluminense de Orientadores Educacionais

A CULTURA E OS COSTUMES DA ÍNDIA

“Achei tudo muito exagerado, ninguém mais usa aquelas roupas na Índia. As mulheres não ficam enfeitadas com jóias dentro de casa, só mesmo nas festas. A moda indiana na novela está pelo menos uns 40 anos atrasada em relação ao que é hoje. Outra coisa: ninguém dança daquele jeito o tempo todo. O indiano não é festeiro como o brasileiro. Mas a novela teve pontos positivos: o capítulo de abertura com as paisagens do país foi magistral e essa coisa de mostrar como respeitamos a sabedoria dos mais velhos também é real. Mas de resto, achei tudo muito folclórico” - Sérgio Safar é proprietário da loja Casa da Índia, especializada em moda e decoração indiana há 20 anos em Belo Horizonte

PROFESSORES AGREDIDOS POR ALUNOS

“A autora mostrou um problema muito grave que hoje acontece tanto nas escolas públicas quanto nas particulares: a falta do reconhecimento da autoridade do professor. Atualmente não são poucos os casos de agressão, inclusive física, por parte dos alunos. Já tivemos casos sérios de professores que foram vítimas de difamação na internet, como aconteceu com a professora Berê. Ainda foi retratado na novela a permissividade dos pais, que acham os abusos dos filhos uma coisa normal, como os pais do Zeca. Nas escolas particulares é ainda pior: é bem comum os pais dizerem ‘eu estou pagando para a senhora aguentar meu filho’” - Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo e membro do Conselho Nacional de Ensino
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