Dono de loja que explodiu pode ser preso se não se apresentar, diz delegado

A Polícia Civil aguarda que Sandro Luiz Castellani, dono da loja que explodiu nesta quinta-feira (24) em Santo André (região do ABC paulista), se apresente para prestar esclarecimentos. O acidente causou a morte de duas pessoas e deixou 12 feridos.

O delegado Alberto José Mesquita Alves, titular do 3º Distrito Policial de Santo André, afirmou nesta sexta (25) que Sandro ainda não foi localizado e nem entrou em contato. Ele ainda não pode ser considerado foragido, mas um pedido de prisão não está descartado.

"Processualmente é meio complicado, temos que analisar bem o caso para ver se será o caso de auto de flagrante de delito. Nós estamos verificando quais as hipóteses legais para tentar representar pela prisão temporária dele", afirmou Alves.

Segundo o delegado, o inquérito foi registrado por crime de explosão. O responsável será indiciado e pode responder na Justiça pelas consequências e danos de lesões decorrentes do acidente. A polícia também deve definir se o crime é culposo (sem intenção) ou doloso (com intenção).

Perícia e investigações

A loja explodiu por volta das 12h30 desta quinta (24) na rua Américo Guazelli. Até o momento, 12 pessoas foram ouvidas no inquérito. O laudo que deve apontar as razões da explosão deve ficar pronto em 30 dias.

Encerrado o trabalho da perícia, o diretor do Instituto de Criminalística, Nelson Gonçalves, afirmou nesta sexta (25) que três equipes já trabalham com o material recolhido da área atingida. São cerca de 40 caminhões de escombros.

Vizinhos de Sandro afirmaram ao UOL Notícias terem visto parentes na casa em que ele mora na cidade saindo com três malas grandes, pouco depois do acidente.

Sônia Maria Castellani, 63, mãe do dono da loja, prestou depoimento à Polícia Civil pouco depois de ter alta hospitalar nesta sexta (25). Em cerca de uma hora e meia, ela afirmou que não havia fabricação de pólvora no local e que desconhece o paradeiro do filho e da nora.

A perícia finalizou hoje a avaliação estrutural das casas atingidas. Quatro delas estão inabitáveis. Três já foram demolidas e mais uma será derrubada. Segundo o tenente João Batista Camargo, diretor da Defesa Civil de Santo André, 30 casas foram isoladas ontem e cerca de 100 pessoas tiveram que deixar suas moradias.

As máquinas para a demolição estão no local. De acordo com a Defesa Civil, as famílias que moravam nas casas interditadas buscaram abrigo em casas de parentes. Os outros moradores da área devem voltar para as suas casas até o final do dia.

O Ministério Público também instaurou procedimentos para investigar a explosão, por meio da Promotoria de Justiça do município. A apuração será no âmbito criminal e na esfera cível. O MP também apura a concessão de licença de funcionamento do estabelecimento em área residencial e se houve fiscalização do imóvel. Os responsáveis podem responder por danos ambientais, materiais